Resenha: 3096 dias - Natascha Kampusch

19 julho 2021

Edição: 1
Editora: Verus
ISBN: 9788576861072
Ano: 2011
Páginas: 225
Tradutor: Ana Resende
Skoob
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Sinopse: A impressionante história da garota que ficou em cativeiro durante oito anos, 3096 dias, narra o drama de um dos sequestros mais longos de que se tem notícia. Em 2006, o mundo parou para acompanhar o desfecho de um dos sequestros mais longos da história: a austríaca Natascha Kampusch havia desaparecido aos dez anos de idade, após sair de casa para ir à escola. Inúmeras buscas foram realizadas pela polícia, sem resultado. Devido a problemas de relacionamento com a menina, sua família chegou a ser acusada de ter tramado o sumiço da garota.O mistério se dissolveu de forma surpreendente. Após passar oito anos sob o poder de um desconhecido, vivendo em um porão de quatro metros por três de largura, Natascha conseguiu fugir. Em depoimentos à polícia, contou que seu captor, o também austríaco Wolfgang Priklopil, a maltratava e a obrigava a realizar tarefas domésticas. Seus únicos momentos de lazer eram assistindo televisão, ouvindo rádio e lendo.Do cativeiro, restaram apenas lembranças e um diário escrito ao longo dos anos, que serviu de base para o livro. Em 3096 dias, Natascha conta como aprendeu a viver com seu captor e tenta encontrar uma justificativa para seu rapto e maus tratos. A jovem fala ainda sobre a retomada de uma vida normal, agora sob os holofotes do mundo inteiro.


3096 dias...
Esse foi o tempo que Natascha ficou em cativeiro. 3096 dias é o título desse livro que traz relatos da própria Natascha, desde sua infância até os dias de sofrimento que passou durante seu sequestro.
O livro começa com partes da infância de que Natascha tem lembrança. Natascha nasceu em uma família já desmoronando, suas irmãs já eram adultas quando sua mãe engravidou de um novo namorado, com a qual se casou e manteve um casamento conturbado. Natascha lembra do pai sempre alegre e brincalhão, mas também se lembra dele muitas vezes bêbado. A mãe sempre trabalhando muito para cuidar da família. Mas com o tempo o casamento acabou e começaram as brigas.
"Eu sofria uma forma diária de violência- não era suficientemente brutal para ser considerada abuso, mas era uma indiferença tão grande que lentamente acabou com minha autoconfiança. Quando se fala em violência contra crianças, pensa-se em pancadas sistemáticas que resultam em ferimentos corporais. Eu não experimentei nada disso na infância. Antes, era uma mistura de repressão verbal e tapas "clássicos" que me mostrou que, como criança, eu era a parte mais fraca."
Natascha se sentia sozinha, sempre entre as brigas dos pais, sendo deixada de lado, ou recebendo castigos por causa do mal humor dos pais. Mesmo depois da separação as coisas continuaram ruins. Natascha lembra-se de sua avó, com quem ela passou os melhores momentos de sua infância, alguém que dava carinho, mas que com o tempo se afastou.

Ao iniciar a leitura imaginei que o sofrimento seria  por se tratar de um caso de sequestro, mas o sofrimento de Natascha começou  dentro da própria casa. Aos 5 anos Natascha tinha que aguentar  um peso que nenhuma criança deveria carregar. Com a separação dos pais, a mãe passou a descontar na menina todo sua raiva pelo ex marido.  Se sentindo abandonada e sofrendo violência psicólogica dentro de casa, Natascha sonhava em fica adulta logo, para não ser um peso para os pais. E apesar de tudo, ela amava seus pais.
Tudo o que li sobre sua primeira infância, só me fez crer que tudo o que aquela menina queria era chamar atenção, se sentir amada, mas nunca conseguia. 
Aos dez anos ela começou a entender que precisava se virar, já queria ir sozinha para a escola, se sentir mais "independente", e foi aí que a vida dela desmoronou de vez.
Mesmo depois de fugir do cativeiro Natascha não conseguiu ter sua vida de volta. Até hoje muitas pessoas dizem ser mentira o sequestro, que ela ficou com o sequestrador por que quis, que ela queria dinheiro e coisas horríveis desse tipo, isso porque ela se culpou pela morte do sequestrador, comprou a casa dele um tempo depois, e não conseguiu se desligar de tudo.
"Pude sobreviver porque inconscientemente suprimi e afastei de mim os horrores que vivi. E, com as terríveis experiências durante o cativeiro, aprendi a ser forte. Talvez até a desenvolver uma força que não teria se estivesse em liberdade."
Natascha sofreu muito, e pessoas que a jugam por ter criado um laço com o sequestrador não sabem o que dizem. Ela passou oito anos com ele, dos 10 aos 18 anos, ou seja, a formação dela foi naquele lugar, ela aprendeu a viver daquele jeito, não consigo nem imaginar como é isso, e ninguém deve achar que consegue.


A Adaptação: 


Eu assisti o filme logo depois de ler o livro.
O filme é breve, não mostra a infância dela, foca somente no sequestro. Não mostra muito o que ela passou antes dos 10 anos, então a imagem da mãe ficou diferente da que ela relata no livro.
Então se você quer assistir o filme, procure ler o livro antes. Também é possível encontrar vários  documentários sobre Natascha, o que é interessante de ver antes do filme, para ouvir o que ela relata nas entrevistas.
Por exemplo, no livro ela não fala sobre ter sofrido violência sexual e no filme aparece isso. E eu fui pesquisar e descobri que ela só foi confirmar isso tempos depois, no início ela negava. Então vale a pena pesquisar mais para saber da história de Natascha.



Sobre a autora:

 Natasha Kampusch nasceu em 17 de fevereiro de 1988, em Viena, Áustria, e foi vítima de um dos sequestros mais longos da história. Em 2006 reconquistou a liberdade e, desde então, tenta levar uma vida normal. Na primavera de 2010, Natasha concluiu o ensino médio.





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