
ISBN: 9786586041453
Ano: 2020
Páginas: 96
Tradutor: Thereza Christina Rocque da Motta
Skoob
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Livro cedido em parceria com a editora


Eu esperei muito para ler este livro. Apesar de gostar do estilo gótico do autor, a oportunidade só veia agora com essa edição linda lançada pela Faro Editorial.
De acordo com a sinopse, esse livro foi publicado dois anos após a morte da esposa do autor, então acredito que, toda a dor e terror que encontramos aqui, vem do sentimento de perda que o autor sentia. O enredo sombrio e triste deixa a leitura mais lenta, mas não menos intensa: O Corvo, um animal que, simbolicamente, representa um animal agourento, a “morte” ou um mal presságio é o personagem mais sombrio da história. Os poemas carregados de tristeza e desalento, acaba nos contaminando. Li em doses homeopáticas, mas confesso que foi uma leitura maravilhosa!
"Destino acaso assististe com teus olhos penumbrais - e cuja dor se exprimia nas sílabas penumbrais do teu bordão "Nunca mais".
Publicado pela primeira vez em 1845, O Corvo se tornou desde então um dos poemas mais destrinchados e estudados que se tem notícia. Foi traduzido por grandes nomes da literatura. Essa edição da Faro foi traduzida por Thereza Cristina Rocque Da Motta, que fez uma tradução menos formal, mas manteve o clima tenso e instigante do poema original. Oque eu gostei muito, com uma tradução mais atual, a leitura foi muito mais rápida.
"Olhando o negrume, fiquei ali por muito
tempo, pensando, temendo,
Duvidando, sonhando o que os
mortais jamais ousaram sonhar;
Mas o silêncio continuava, e se mantinha
inquebrantado,
E a única palavra que se ouviu foi um
sussurro:
"Lenore!", que murmurei, e um eco
devolveu-me seu nome:
"Lenore!: - Apenas isso, e nada mais."
O livro é relativamente pequeno, possui apenas 96 páginas. A leitura flui muito bem. Buscando outras opiniões, descobri que este livro já foi traduzido por Machado de Assis e Fernando Pessoa, dentre esses, me indicaram ler o traduzido por Fernando que parece ser tão bom quanto essa edição.
Não posso deixar de elogiar essa edição maravilhosa da Faro: capa dura, edição bilíngue, páginas com imagens sombrias que instigam mais o leitor durante a leitura. A diagramação está perfeita. É um livro lindo para se ter na estante.
"Tira teu bico do meu coração, e afasta-te
da minha porta!
Retrucou o Corvo: "Nunca mais!"
Sobre o autor:

Segundo filho de David Poe e Elizabeth Arnold, ambos atores, Edgar Poe ficou órfão ainda criança e foi adotado por um casal rico de Richmond, Virgínia, Jonh Allan e Frances Kelling Allan. Isso lhe permitiu ter uma educação de qualidade, bem como fazer uma longa viagem pela Inglaterra, Escócia e Irlanda com os pais adotivos.
Regressou aos Estados Unidos em 1822 e continuou seus estudos sob a orientação dos melhores professores dessa época. Dois anos depois, entrou para a Universidade de Charlotesville, distinguindo-se tanto pela inteligência quanto pelo temperamento inquieto, que o levou a ser expulso da escola.
A seguir, verificou-se um período ainda pouco esclarecido na vida de Poe, no qual se registram viagens fora dos Estados Unidos. Retornou a seu país em 1829 e manifestou desejo de seguir a carreira militar. Foi admitido na célebre Academia de West Point, mas acabou expulso poucos meses depois por indisciplina.
Com a morte da mãe adotiva, John Allan voltou a casar-se, com uma mulher muito jovem que lhe deu dois filhos. Isso impediu que Poe se tornasse herdeiro da fortuna paterna e ele se afastou da casa do pai adotivo, deixando Richmond. Após um período de relativa dificuldade, conheceu uma certa prosperidade ao vencer simultaneamente os concursos de conto e poesia promovidos pela revista "Southern Literary Messager".
O fundador da publicação, Thomas White, convidou-o a dirigir a revista que rapidamente se impôs ao público. Durante dois anos, Poe esteve a frente do periódico, onde pôde exibir seu talento, que se manifestava num estilo novo, no conto e na poesia, bem como pelos artigos de crítica literária que revelavam seu rigor e sensibilidade estética.
Escritor bem-sucedido, Poe casou-se com Virginia Clemm. Entretanto, ao fim de dois anos, White cortou relações com o escritor, que já desenvolvera a doença do alcoolismo. Poe passou a produzir como "free-lancer", em grande quantidade, mas sem ganhar o suficiente para manter uma vida digna e saudável, o que o levou a afundar-se ainda mais na bebida.
A morte de sua mulher agravou o problema. O escritor passou a suicidar-se aos poucos, bebendo cada vez mais e já sofrendo os primeiros ataques de delirium tremens. Numa viagem a Nova York, para tratar de negócios, parou em Baltimore e hospedou-se numa taberna onde se distraiu durante horas bebendo com amigos. Era a noite de 6 de outubro de 1849. O escritor morreu na madrugada do dia 7, aos 40 anos.
Hoje Poe é um escritor estudado e cultuado em todo o Ocidente. Entre suas obras destacam-se: The Raven (O Corvo, poesia, 1845), Annabel Lee (poesia, 1849) e o volume Histórias Extraordinárias (1837), onde aparecem seus contos mais conhecidos, como "A Queda da Casa dos Usher", "O Gato Preto", "O Barril de Amontillado", "Manuscrito encontrado numa Garrafa", entre outros, considerados obras-primas do terror.
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