Resenha: A Herdeira - Kiera Cass

25 julho 2016

Edição: 1
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765657
Autor: Kiera Cass
Serie: A Seleção – Livro 4
Titulo original:  The Heir
Ano: 2015
Páginas: 390
Tradutor:  Cristian Clemente
Adicione ao "Skoob"

Sinopse:
Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia.
"A Herdeira" é o quarto livro da serie A Seleção, precedido por "A Seleção", "A Elite" e "A Escolha". Para ler as resenhas publicadas aqui no blog é só clicar nos títulos.


Resenha:
"Eu amava meu pai. Mas também me amava. E viveria comigo mesma por muito mais tempo."
Sinceramente, não sei bem como fazer essa resenha. Primeiro de tudo, acho que devo frisar que me sinto enganada, até mesmo um pouco ultrajada e extremamente irritada com a autora, uma das minhas favoritas por sinal, por ceder a ganancia e estender um trilogia para uma serie, simplesmente por motivos comerciais. Sabe Stephenie Meyer escrevendo Crepúsculo ao contrario (Vida e Morte), invertendo o sexo do protagonista da vez mas contando a mesma historia?  É o mesmo proposito de “A Herdeira”, e acredito que de a “A Coroa” também, mas não quero me precipitar.

Não tem muito o que escrever sobre o livro. Você já leu “A Seleção”, o primeiro livro da serie? Sim? Ótimo, volte ao inicio a leia a resenha dele, é praticamente a mesma coisa, a única diferença é que agora vemos tudo pelo ponto de vista do selecionador, e não do selecionado.
Mas, vamos fazer uma recapitulação de tudo e tentar focar nas pequenas diferenças.

Assim que Maxon e America estabeleceram o seu reinado, após o fim da seleção e o ultimo dos ataques dos rebeldes que resultou na morte dos pais dele, atuais governantes de Illea, a primeira medida que tomaram foi a dissolução das castas. Ninguém mais receberia um rotulo e nem seria obrigado a seguir determinada profissão só porque nasceu em determinada casta.
Todo o processo foi um sucesso e Illea se tornou um pais livre regido por um rei bondoso e atencioso.

 Vinte anos se passaram, e agora Maxon tem uma filha de dezoito anos, muito próxima de se tornar a próxima rainha e substitui-lo no governo. Mas, o grande problema é que novos atentados e rebeliões tem acontecido, diversos grupos organizando levantes contra a monarquia e isso começa a tomar proporções assustadoras, tanto para a população, quanto para os próprios monarcas.
Mas como aplacar a ira dos grupos, que alegam que as castas podem ser sido extintas, mas o preconceito e a falta de oportunidade continua?  É neste momento que Maxon tem a mesma ideia que seu pai, a mesma que ele usou vinte anos atras para acalmar nos rebeldes nortistas e sulistas: Uma seleção.
“Trinta e cinco cestos me aguardavam lá no escritório, repletos do que deveriam ser dezenas de milhares de inscrições, todas deixadas em envelopes para garantir o anonimato dos cavalheiros. Tentei demonstrar ansiedade por causa da câmera, mas na verdade estava a ponto de vomitar em um daqueles cestos a qualquer momento. Seria um jeito de afunilar as opções.”
É claro que a filha dele, Eadlyn Schreave, não fica nem um pouco contente com isso, afinal, ela e completamente contraria ao casamento e ao amor. Na realidade Eadlyn é contraria a todo tipo de sentimento, pois ela considera que eles tornam as pessoas vulneráveis, e isso é a única coisa que não admite ser.
Enfim, ela concorda em participar da seleção, para tentar distrair a população e abafar durante um tempo o foco dos rebeldes, até que o Rei pense em uma forma de fazer isso definitivamente. Só que as coisas acabam saindo ainda mais do controle, pois a postura firme e um tanto indiferente de Eadlyn acabam levantanto questões sobre se ela tem a capacidade de assumir o trono algum dia.

 Quem achava que a America era insuportável, vai se impressionar com a filha dela. Eadlyn é mimada, irritante e egoísta ao extremo. Ela não perde a oportunidade de lembrar aos outros, incluindo a própria família, se que ela é a pessoa mais poderosa, que se tornará a rainha e também acredita que os problemas dela são maiores do que o de todas as outras pessoas, chegando ao ponto de humilhar as pessoas por serem criados ou terem empregos, considerado por ela, inferiores. Sinceramente, fico me perguntando como uma coisinha tão irritante poder ter vindo do Maxon. Bem, mas vale lembrar que ela é neta do Clarkson, então...genética, sabe como é! =/
"Você é Eadlyn Schreave. Será a próxima pessoa a governar o país e a primeira garota a fazer isso sozinha. Nenhuma pessoa - prossegui - é tão poderosa quanto você."
Em resumo, Eadlyn não é aquele tipo de protagonista cativante que estamos acostumados. Ela passa a clara ideia de superioridade, e repete mentalmente uma frase diariamente, que só confirma isso. Ela destoa totalmente das características de Maxon e America.
Vamos conhecer também os outros filhos do casal, o gêmeo de Eadlyn,  Ahren, que ironicamente vai estar comprometido com a filha da Daphne. Lembram dela? A princesa francesa que queria o Maxon? Pois então, a filha ficou com o “clone” dele!!  E  Kaden e Osten, os mais jovens, com 14 e 10 anos, respectivamente. Os três são exatamente como eu imaginava, uma junção de Maxon e America perfeita, mas infelizmente são negligenciados pela autora, que não se aprofunda nem um pouco na historia deles.
Outro assunto extremamente negligenciado, novamente por sinal, é a origem dos ataques ao governo. A impressão que dá, é que a autora cria a oposição, que deveria ser o vilão da trama, apenas para tudo não ser um conto de fadas, e esquece completamente que pode desenvolver o problema tornando a trama bem mais atrativa. Ela fez isso durante toda a trilogia inicial, e agora continua repetindo o erro, afinal, já ficou claro que a maioria gostaria sim de saber mais sobre os rebeldes e seus motivos e não só as tentativas, fúteis, de aplaca-los.

A Herdeira é um livro desnecessário, em todos os sentidos, a não ser para aqueles que são realmente fãs e querem um pouco mais de Maxon e America. A esses deixo bastante claro que os dois são bastante ativos na trama e continuam tão apaixonados quanto antes!! No mais, é um livro fraco, repetitivo e sem nenhuma ação, falta um plot descente para dar vida a trama e a protagonista é fraca.Também não temos aquele casal para “shippar”, se é que vocês me entendem. Em A Seleção, por mais irritante que fosse, tinha sempre o Team Maxon e o Team Aspen, que criava a expectativa para o final. Aqui não, Eadlyn tem 35 opções, mas as personalidades dos garotos não é aprofundada o suficiente para despertar esse sentimento, e nem a princesa cria um envolvimento com nenhum deles para tornar isso possível. Totalmente lamentável, por sinal. É claro que ao longo da trama, mas especificamente nos últimos capítulos, vamos notar que Eadlyn se torna um pouco mais humanizada, mas são mudanças sutis, que talvez se aprofundem no próximo livro (ou não), afinal, ainda temos mais um pela frente.

 Mas, em contra ponto, a escrita da autora continua bastante simples e objetiva, tornando a leitura leve e fácil. A narrativa também continua igual aos livros anteriores, em primeira pessoa, agora somente pelo ponto de vista de Eadlyn.

Já o livro físico, eu preciso comentar, é uma obra prima. O trabalho e o respeito da editora com todos os livros da serie é maravilhoso. Eu, como fã, agradeço de coração o carinho da editora. A capa é maravilhosa, possui uma textura aveludada e o título e a coroa é em relevo. A diagramação também é linda, com uma coroa em cada divisão de capitulo, uma revisão impecável , sem erros aparente, uma fonte agravável para leitura e paginas amareladas.

Em suma, não é um livro ruim, é na verdade um complemento para os leitores que gostaram da trilogia original e um modo da autora ganhar um pouquinho mais... mas enfim... Acho que se você leu os três primeiros, não deve deixar de ler esse e o outro e ver como tudo vai se encaminha,afinal, quem não queria saber como é depois do “Felizes para sempre” nos contos de fadasê
"E cada um deles poderia facilmente lançar minha vida num rumo diferente. Eu não gostava disso. Queria ser responsável pelo meu caminho. Pensei se essa não seria a razão para eu ter erguido uma muralha à minha volta: talvez eu sentisse medo de que alguém cruzasse essa barreira e tomasse o controle da minha vida."
Sobre o autor:

Quando terminou o ensino médio, sua ambição era o teatro, e foi para Coastal Carolina University, se formando em Teatro Musical. Depois foi para Radford University e mudou para Música. Então Comunicação. Em seguida, História. Acabou estabelecendo-se em História, mas mudou-se para Blacksburg, casou teve filhos. Depois disso, tornou-se dona de casa para ficar em casa com os filhos.
Em 2007, abalada por uma tragédia local, tentou um monte de coisas para se recompor, resultando em se sentar para escrever uma história onde o seu personagem teve que lidar com seus problemas. Escrever lhe ajudou a lidar com todas as coisas que estava sentindo. Acabou por não terminar essa história, porque começou a escrever The Siren. Depois de adquirido o hábito de escrever, teve muitas idéias, incluindo The Selection e um punhado de outras que estão esperando sua vez.
Atualmente vive em Blacksburg, VA, com seu marido e filhos.

7 comentários:

  1. Concordo com sua opinião sobre o livro! Já li a série e só falta o última que é "A Coroa", e deixo claro que também não gostei da filha da América, pois é totalmente oposto dos pais que são tão um caráter tão incríveis para dar nisso. A autora poderia ter acabado no terceiro livro que eu ficaria satisfeita, mas okay. É legal o livro mas não cativou tanto quando a vida de América e o Maxon.

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  2. Márcia Saltão25 de julho de 2016 22:18

    Olá.
    Muito boa sua resenha, explicativa e sincera. Não pretendo ler essa série, pois não tem uma premissa que me chame a atenção. Imagino que seja uma boa leitura aos fãs da série e dos personagens. Mas deixo passar a dica. Beijos.

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  3. Quero bastante ler esta serie, porém estou esperando achar ela por uma promoção legal.
    Eu não conhecia a foto da autora e achei ela bem novinha.

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  4. É chato quando a protagonista não ganha o leitor. Odeio quando fazem isso começa com trilogia e depois vira série acaba estragando o que era bom. E esse negocio de narrar pelo outro ponto de vista acaba ficando repetitivo, pelo visto esse livro deixou a desejar. Ainda não li nenhum da série.

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  5. DESBRAVADORES DE LIVROS27 de julho de 2016 20:30

    Olá, Geeh.
    Quando os autores estendem as séries por motivos puramente comerciais, o resultado nunca é totalmente bom. O fato desse livro ser basicamente igual ao primeiro, sem dúvidas, tira um pouco do brilho da obra.
    Dessa vez, acho que não daria uma chance para a segunda parte da série.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de julho. Serão quatro livros e dois vencedores!

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  6. Cristiane Dornelas 29 de julho de 2016 15:53

    É, é um saco quando fazem isso pra ganhar dinheiro porque fez sucesso. Amei aquela trilogia, foi boa demais de ler e queria mais. Só que não era exatamente esse mais...
    Mas ao mesmo tempo que achei chatinho, gostei porque a personagem não foi uma nova America. Ela é chata, nojentinha e mimada e foi surpreendente porque...bem, quem esperaria uma filha assim daqueles dois? Só que vai tendo uma evolução ali, a personagem vai acordando pra vida e por isso não achei um desperdício de tempo. Não sei quanto ao último, se vai ser uma porcaria desnecessária (porque vi muitos falando que era ruim), mas até gostei da história, então vou ler nem que seja pra rever os outros dois da trilogia...

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  7. eu sou a única pessoa que não gosta dessa série?
    para mim ela foi uma decepção
    li o primeiro e achei marrom acabei abandonando no segundo livro, as vezes eu acho que li um livro diferente do resto do povo

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