Edição: 1
Editora: Edith
ISBN: 9788566423198
Ano: 2014
Páginas: 124
Skoob
Sinopse: "Sem vista para o mar", reunião de vinte e dois contos ficcionais, foi escrito por Caroline Rodrigues, ganhadora do Jabuti 2015 e premiada pela Biblioteca Nacional. A linguagem usada no livro não é apenas o meio de transmitir as histórias; ela possui, em si mesma, uma vivacidade e fluidez que embala a leitura. Através dela aproxima, em unidade de comunicação, os personagens apresentados em cada conto (muito diferentes entre si).
Neste livro não existe visão dicotômica de mundo: a autora, antes, se preocupa em pincelar suas personagens, sempre multifacetadas, com qualidades que vão além de um discurso moral, econômico ou social. Por mais que a concretude das realidades apresentadas seja parte inerente da história, não funcionam como ponto de partida.
Os contos são também permeados de imprevistos, encontros e desencontros - tanto em nível de trama quanto de experiência do leitor. É inclusive possível se deparar com personagens recorrentes, que aparecem em mais de um conto.
A experiência literária e sensível em "Sem vista para o mar", livro contemporâneo, nacional e premiado, é única e estimulante na medida em que nos faz cruzar, entre tantas personagens e vidas, com identidades que nos soem familiares.
O livro desse mês para debate no Piquenique Literário de SJCampos, foi escolhido por causa da Flim - Festa Literomusical do Parque Vicentina Aranha - que acontecerá entre os dias 13 e 15 de setembro em SJCampos. Carol será co-curadora da festa e esteve presente no Piquenique deste mês para saber o que nós, leitores e piqueniqueiros, achamos de sua obra.
❝Foi com outro menino de mentira, era loiro, era de fora, era gostoso beijar e sentir no beiço o buço ralo, moço novo, a mão na calça, ele tinha calça, no calor suava todo, as costas as coxas o buço. Mas pegaram alguém viu contou pro pai pra mãe pra irmã noiva, ia casar, e dali foi jurado por meninos de verdade que jogavam futebol.❞Sem Vista para o Mar - Contos de Fuga, é vencedor do Prêmio Jabuti e o da Fundação Biblioteca Nacional. Nele vamos encontrar contos que acompanham a vida cotidiana de pessoas normais, que não conhecemos, mas reconhecemos em diversos momentos e acabamos nos sentindo próximos deles.
Eu adoro ler contos. Para mim é uma experiência diferente do que ler um livro completo. Nos contos, eu dou asas a minha imaginação e deixo ela me levar por caminhos que não foram desbravados pelo autor. Ao terminar de ler um conto, fico imaginando o que mais poderia resultar do término, para onde esses personagens vão e o que será deles dali pra frente.
Sem Vista para o Mar me deixou fascinada e ao mesmo tempo confusa: a escrita da autora é totalmente diferente de tudo que já li. Tem um traço marcante, é diversificada mas também me confundiu pela falta de vírgulas e coerência das palavras. Carol tem uma escrita reticente, com cortes de pensamentos e retomada de elementos já escritos, o que por um lado, é promissor e diferente, mas também, confuso e desconexo.
Mesmo assim, me peguei sorrindo e ansiando por mais. Cada conto trás sentimentos diferentes e, as vezes, conflitantes. Falam sobre o dia a dia, sobre falta, sobre saudade e diversas outras coisas.
Outro ponto positivo da obra é que todos os contos se encadeiam, finalizando com um conto "continuação", o que gostei muito.
❝O cinema é a janela de um trem. Nos países que tomam trem. Aqui o cinema é a janela que trepida. Escura. Um buraco quadrado. Sem fundo. O amor. Também.❞A autora é uma pessoa maravilhosa. O bate papo foi instrutivo e cheio de descobertas pela parte da autora e dos leitores presentes também. Eu adorei conhecer a Carol, saber sobre seu processo de escrita e quais escritores a influenciam foi uma experiência única! Agradeço ao Piquenique Literário por mais essa oportunidade, pois se não fosse por eles, nunca que eu conheceria o trabalho da Carol. Sem Vista para o Mar não é um livro que eu compraria por vontade própria.
Do mais, indico sim a leitura. Mas vá com calma, saboreie, deixe-se levar. Há contos que merecem ser lidos e relidos. Contos que realmente nos faz fugir da realidade.
❝Encolhida de frio e perplexidade procuro entender um pouco.Por que mulher arrepia mais. Devia ter menos frio onde tem mulher.
Porque encrespam. Encrespam o dorso as senhoras das biografias mais remotas arrepiam a crina o ego a saia o rabo de cavalo baixo a alça do sutiã caída e toda arrepiada.❞
Sobre a autora:
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